Todos os caminhos foram dar à Jahmek Contemporary Art, no Hotel Globo (Rua Rainha Ginga N 100, 1o andar), Luanda. Uma galeria que se destaca pela elevação e o dinamismo da arte contemporânea angolana, com um je ne sais quoi diferenciador.
A viagem? Inesquecível, imersiva e libertadora.
© Mello Silva
Yiji & Zad (pelo fim da nação) consiste numa instalação pictórica e imersiva. Em diálogo com a tradição muralista, o colectivo Verkron transformou o espaço da Jahmek Contemporary Art numa floresta opulente, onde se passam cenas do quotidiano com um toque místico e redentor.
© Mello Silva
Segundo o artista, Hemak: “Angola, um só povo, uma só nação, tornou-se o pano de fundo do processo criatvo, onde caminhámos para a reflexão das diferenças, da diversidade que nos une, sendo que esta instalação em particular, denota o tom de toda a exposição.”
O título da mostra sintetiza uma compreensão alegórica da fluidez dos rios como antídoto ao pensamento, e sugere uma compreensão mais complexa das articulações entre povos e territórios.
Em grande parte das pinturas que compõem a exposição, observamos figuras humanas em atitudes ritualísticas, circundadas por oponentes paisagens naturais.
© Mello Silva
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Hemak confidenciou também à revista Baiga que: “cruzar a outra margem do rio, é uma expressão característica do povo bantu. As nossas comunidades crescem e expandem-se à volta dos rios. Quando a comunidade fica maior, há sempre a necessidade de atravessar o rio, para se fixar e enraizar.
As imagens de Verkron abrem-se a leituras tangenciadas tanto pela espiritualidade, em sentido amplo, quanto – mais especificamente, pelo afro-surrealismo. Os rituais e os sonhos implodem as fronteiras que edificaram a razão ocidental e operam como referências eficazes para descrevermos a atmosfera criada em Yiji & Zad (pelo fim da nação).
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