OIKONOMOS
EDSON CHAGAS, que arrebatou para Angola o Leão de Ouro na 55ª Bienal de Veneza em 2013, regressa ao Camões/Centro Cultural Português para apresentar 18 trabalhos fotográficos da sua série de auto-retratos, auto-personificados. Nesses auto-retratos, as faces estão ocultas com um saco de plástico, impedindo-as de ver e ser vistas.
Edson Chagas transporta o espetador para uma viagem evocativa e introspectiva em Angola e no continente africano, representando não apenas o cidadão anónimo e cego, devorado pelo consumismo, mas também os efeitos da globalização. Cada saco que cobre as faces das personagens é marcado por símbolos, na sua maioria estranhos a Angola. Vestígios de terras e ideais estrangeiros, que o artista considera “detritos da cultura popular”. Sonhos controlados por conglomerados estranhos a Angola e ao artista, mas que marcam a realidade dominante.
© NUNKUI
Tanto o recurso ao método serial na fotografia, como a decisão de manter algumas das suas séries em aberto, revelam um aspecto fundamental da prática artística de Chagas. Trata-se da procura constante e minuciosamente atenta ao mundo em redor, do local ao continente e ao global, e por isso mesmo, também e sem contradição, desacelerada e introspectiva, vivencial e intuitiva, sem nunca abdicar do espaço e do tempo necessários à observação e à reflexão, à experiência e à experimentação, nomeadamente no que ao próprio meio da fotografia diz respeito, enquanto ponto de partida formal e conceptual para todos os demais sentidos que a sua obra indubitavelmente adquire.
© NUNKUI
Como sucede habitualmente na obra de Chagas, os objetos escolhidos são também “viajantes”. Para além de, no caso de Oikonomos, fazerem circular significados em texto e imagem, os sacos são, eles próprios, objetos que passam de mão em mão e que, por sua vez, possibilitam o transporte não só de outros objetos e de materiais, como também de conhecimentos e afetos por parte de sujeitos em trânsito.
Ao colocar os sacos na sua própria cabeça, Chagas inverte-os, dessa forma o artista incita-nos a um questionamento essencial, enquanto ponto de partida para a procura conjunta de outros modos de vida.
Local: CAMÕES/CENTRO CULTURAL PORTUGUÊS
(Av. de Portugal nº 50, Luanda / Angola)
2005-07, Fotojornalismo, London College of Communication, Londres, Inglaterra
1999-2002, Fotografia, Escola Técnica de Imagem e Comunicação de Portugal, Lisboa, Portugal
1998, Áudio – Vídeo, Centro Comunitário de Arcena, Alverca, Portugal
2016 Kunst Haus Wien, Museum Hundertwasser, Viena, Áustria A Palazzo Gallery, 1:54 Contemporary African Art Fair, Nova Iorque, EUA
2015 Found Not Taken, Scrap Metal Gallery, no Festival Scotiabank Contact Photography,Toronto, Canadá
2014 Found Not Taken / Tipo Passe, Stevenson, Joanesburgo, África do Sul Found Not Taken / Belfast Exposed Photography, Belfast, Irlanda Tipo Passe, Instituto Camões, Luanda, Angola
2013 Luanda, Cidade Enciclopédica, Pavilhão de Angola, 55ª Bienal de Veneza, Itália Edson Chagas, A Palazzo Gallery, Brescia, Itália
Memorial Agostinho Neto, Luanda, Angola
2017 NGV Triennial, National Gallery of Victoria, Melbourne, Austrália Recent Histories – New African Photography, The Walther Collection, Neu-Ulm, Alemanha
2016 Disguise: Masks and Global African Art, Brooklyn Museum, Nova Iorque, EUA
2015 Disguise: Masks and Global African Art, Seattle Art Museum, Seattle, EUA
Ocean of Images, the New Photography exhibition, Museum of Modern Art (MoMA), Nova Iorque, EUA
The Divine Comedy: Heaven, Purgatory and Hell Revisited by Contemporary African Artists, Smithsonian National Museum of African Art, Washington DC, EUA
Prémio Novo Banco Photo, Museu Coleção Berardo, Lisboa, Portugal
Broken English, Tyburn Gallery, Londres, Inglaterra
The Walther Collection, New African Photography: The Lay of the Land, Nova Iorque, EUA
First Donations, Seith MOCCA Pavilion, Cidade do Cabo, África do Sul
Schema, Stevenson, Cidade do Cabo, África do Sul
2014 The Divine Comedy: Heaven, Purgatory and Hell Revisited by Contemporary African Artists, MMK (Museum für Modern Kunst), Frankfurt, Alemanha
SCAD Museum of Art, Savannah, Geórgia, EUA
Mediations Biennale, Poznam, Polónia
Shifting Africa, Hannover, Alemanha
Journal, ICA Institute of Contemporary Art, Londres, Inglaterra
HERE AFRICAContemporary Africa as seen through the Eyes of its Artists, Château de Penthes, Genebra, Suíça
2013 NO FLY ZONE, Unlimited Mileage, Museu Colecção Berardo, Centro Cultural de Belém, Lisboa, Portugal Landscape, A Palazzo Gallery, Brescia, Itália Transit, OCA – Museu da Cidade de São Paulo, Brasil
2012 MABAXA project, Luanda, Angola
RAVY-International Visual Arts Festival, Iaoundé, Camarões
Zukunftsentwickler/Future Makers, LVR-LandesMuseum, Bona, Alemanha
LagosLive Festival, Nigéria 2011 SP ARTE & SOSO Arte Contemporânea Africana, São Paulo, Brasil 2010 II Trienal de Luanda, SOSO Arte Contemporânea Africana, Luanda, Angola
II Trienal de Luanda, Museu de História Natural, SIEXPO (Salão Internacional de Exposições), Luanda, Angola
Museu de arte comtemporania, Castello Di Rivoli, Turim, Italia
Museu de arte contemporania, Africa, Zeitz MOCAA, Cape Town, Africa do Sul
Em 2018, é atribuído a Edson Chagas o prémio African art award, do Museu Nacional Smithsonian de Arte Africana.
MABAXA project, Luanda, Angola
RAVY-International Visual Arts Festival, Iaoundé, Camarões
Zukunftsentwickler/Future Makers, LVR-LandesMuseum, Bona, Alemanha
LagosLive Festival, Nigéria
2011 SP ARTE & SOSO Arte Contemporânea Africana, São Paulo, Brasil
2010 II Trienal de Luanda, SOSO Arte Contemporânea Africana, Luanda, Angola
II Trienal de Luanda, Museu de História Natural, SIEXPO (Salão Internacional de Exposições), Luanda, Angola
© NUNKUI
View this post on Instagram