Parque Nacional da Quiçama, Um paraíso natural em Angola.

Quem deixa para trás a agitação e o trânsito da capital e ruma em direcção a sul, não imagina o cenário natural que está prestes a desvendar.

A 75Km de Luanda, na província do Bengo, e 700m depois de passar a ponte sobre o rio Kwanza encontra-se o Parque Nacional da Quiçama, uma das maiores mostras da fauna e flora angolanas.

© Nunkui

O Parque está rodeado por paisagens imponentes entre imbondeiros e cactos de diferentes formatos e tamanhos, apresentando uma extensão de cerca de 9.600Km2. É reconhecido como uma das principais fontes de riqueza da região pela localização geográfica próxima dos rios Kwanza e Longa a norte, e do oceano atlântico, mantendo 120Km de área costeira.

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A variedade da vegetação transforma-se à medida que se inicia a viagem pelo interior da Quiçama, desbravando zonas de floresta tropical, cobertas por mangais e árvores de grande porte escondendo cenários de savana e numerosas lagoas que se desenham ao longo do percurso.

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Os sons dos pássaros e a natureza redundante preservam uma das zonas de protecção integral da natureza, onde se encontra um dos segredos mais bem guardados da Quiçama. Situado a cerca de 40km dos portões que dão acesso ao Parque, o acampamento de Kawa é uma área protegida conhecida como o “Santuário da Quiçama”. É aqui que a magia e a beleza da paisagem se fundem num habitat natural para várias espécies de animais desde elefantes, girafas, zebras, macacos, gnus e inúmeras espécies de aves e pássaros.

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Reconhecido em 1938 como reserva de caça, foi posteriormente elevado a Parque Nacional no ano de 1957 pela necessidade de preservação dos diferentes ecossistemas existentes na área.

Antes do conflito armado o Parque albergava uma extensa população animal, da qual se contavam três mil pacaças, 800 elefantes e a palanca-negra gigante, símbolo nacional angolano. Contudo, após mais de duas décadas de guerra civil, a anulação de várias espécies ditou o abandono daquele que durante vários anos foi o único parque nacional de Angola em funcionamento.

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Hoje, a diversidade da fauna e flora do local fazem novamente da Quiçama um habitat privilegiado para dezenas de girafas, elefantes e impalas, entre muitas outras espécies. Com a criação da Fundação Kissama, em 1996, teve início o processo de reabilitação, através da operação “Arca de Noé”, que a partir de 2001 começou a trazer animais de países vizinhos como a África do Sul e o Botswana, com o objectivo de repovoar o Parque.

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Chegaram sobretudo elefantes e girafas mas também avestruzes e olongos, guelengues e o gunga, o maior dos antílopes africanos. Estes animais encontram-se agora protegidos e vigiados por fiscais residentes na zona do “Santuário do Kawa”. A operação “Arca de Noé” foi considerada o maior processo de transporte de animais selvagens da história.

A enorme variedade de aves e pássaros que rasgam os céus da Quiçama não passa despercebida. O abutre das palmeiras, a águia real, a águia pescadora africana e o King Fisher são algumas das aves que cruzam o caminho.

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Na estação das chuvas, as margens dos rios Kwanza e Longa ficam repletas de flamingos, garças e pelicanos, entre outras aves aquáticas que dão cor à vasta tela verde e densa das águas da Quiçama. Angola tem aproximadamente o mesmo número de espécies de aves que todo o continente europeu, das quais 14 espécies só existem no país, o que significa que 10% das aves mundiais estão representadas em território nacional.

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Neste sentido, a  Fundação Kissama está atenta à biodiversidade das espécies e ao papel essencial que esta desempenha no equilíbrio do meio ambiente, tendo vindo a desenvolver projectos de conservação que permitam preservar a fauna e flora locais.

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As tartarugas gigantes que desovam nas praias da orla costeira da Quiçama e o manatim africano, são alguns dos animais abrangidos pelo programa de conservação da Fundação Kissama, assim como a palanca negra gigante, que possui uma zona especial de conservação no Parque.


© PARQUE NACIONAL DA QUIÇAMA
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