Uma colaboração entre a ativista afegã Zarifa Ghafari e a designer luso-venezuelana Katty Xiomara, traz ao “debate internacional” a questão da liberdade das mulheres afegãs.
Apesar de já não estarmos no mês que se celebra a mulher, a Revista Baiga, não podia deixar de referenciar o projeto “Look for Freedom” lançado por Xiomara no passado Dia Internacional da Mulher. Um tema atual e intemporal, desafiado pela Amnistia Internacional, levou Katty Xiomara a recriar novas peças, através de burcas abandonadas no aeroporto, por mulheres que se viram forçadas a deixar o Afeganistão.
Começando pela burca que o regime Talibã impôs, e tomando como ponto de partida, o mais comum, a burca azul plissada e bordada, nós construímos um universo de feminilidade e peças delicadas.
© KatyXiomara
© KatyXiomara
“Quisemos abraçar o positivismo, o espiritualismo, a segurança, a tranquilidade e o carinho que a cor azul transmite naturalmente, abafando o conceito opressivo e invalidante de individualidade imposto pelo regime, por isso escolhemos o título de um poema repleto de perguntas sobre o caminho da esperança, “Memórias de azul-claro” da poetisa afegã Nadia Anjuman, como forma de homenagem e de celebração da ousada liberdade que as palavras oferecem.”
Criámos assim um padrão geométrico inspirado na arquitetura afegã e repetindo incansavelmente o título deste poema. Pensamos não numa peça, mas sim num conjunto de peças que podem ser usadas simultaneamente ou coordenadas de diferentes formas, não esquecendo o lenço do hijab, respeitando o conceito de conforto e a importância da sua utilização por escolha e não por imposição.
Amnistia Internacional: Campanha e Petição Tribunal Penal Internacional
© Havas Amnistia Internacional
© Havas Amnistia Internacional
“Desde que os Talibãs assumiram o poder no Afeganistão, a 15 de agosto de 2021, a vida das mulheres mudou drasticamente, tendo sido implementadas normas que ameaçam, violentamente, os seus direitos: deixaram de poder participar na vida pública e política, vestir-se livremente, prosseguir os estudos para além do ensino primário, entre muitas outras restrições discriminatórias”, refere a Amnistia Internacional, que no âmbito desta campanha anunciou também uma petição para que os procuradores do Tribunal Penal Internacional incluam o crime de perseguição de género na investigação em curso sobre a situação no Afeganistão.
A agência de publicidade Havas criou a campanha “Look for Freedom”, e o projeto foi desenvolvido para a Amnistia Internacional.
Não podemos deixar de defender e reiterar que por Direito Humano, “Todas As Mulheres, Devem Ser Livres!”.
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