Imanni Da Silva
Num mundo utópico viveríamos sem preconceitos de género, raça, orientação sexual ou até mesmo religião.
Esta visão romântica é manifestada na moda, que tem servido de veículo de expressão do indivíduo e tem atribuído espaço para as diferenças.
Conheça o exemplo de vida de Imanni Da Silva, ativista da comunidade transgénero, em Angola, no mês em que por todo o mundo, se comemora o Orgulho LGBT #pridemonth
Somos totalmente solidários com as vítimas dos atos bárbaros de violência que estão a acontecer no #sudao que vão contra os direitos humanos, bem como a terrível violência cometida recentemente contra um casal de lésbicas em #londres
© Imagem de cartaz da Exposição individual de pintura e instalação "VERMELHO SOU, VERMELHO SOMOS" (2018) no Centro Cultural Português, Instituto Camões em Luanda.
Imanni Da Silva é escritora, modelo, artista contemporânea, atriz e ativista da comunidade transgénero, em Angola.
Desde o seu regresso a Luanda, Imanni usou a sua experiência de vida enquanto mulher Trans e figura pública para sensibilizar e reeducar a sociedade angolana em relação às questões LGBT especialmente para a comunidade transgénero que é o grupo mais vulnerável e mais exposto à violência.
Ativista social independente, colabora com organizações locais e internacionais de direitos humanos.
Desde 2016 que trabalha com a organização americana LINKAGES como orientadora em Estigma e Discriminação de populações-chave que cobrem até 20 hospitais e centros médicos com 250 profissionais.
Em 31 de março de 2019, alusivo ao Dia Internacional da Visibilidade trans, lançou o Movimento EU SOU TRANS, que pretende dar à comunidade trans a voz e visibilidade para expor seus desafios e lutas diárias para conseguir uma vida digna, bem como trabalhar em conjunto com instituições da área da saúde, educação e segurança em questões de orientação sexual e identidade de género.
Sobre o Movimento EU SOU TRANS
“Eu sou Trans” é um movimento idealizado pela ativista Imanni da Silva. Transgénero (trans) é o indivíduo que se identifica com um género diferente daquele que corresponde ao seu sexo atribuído no momento do nascimento. A transgeneridade não é uma doença ou distúrbio psicológico.
2. Enaltecer a importância dos direitos da comunidade trans na sociedade (acesso aos serviços de saúde, educação, segurança, proteção e emprego);
3. Informar e educar a comunidade trans sobre os seus direitos, questões de saúde e segurança;
4. Empoderar e apoiar vítimas de violência que manifestam a sua identidade de género;
5. Sensibilizar, formar e informar os profissionais do ramo da Saúde, Polícia, Educação e Comunicação social;
O grande objetivo é que a comunidade tenha mais acesso aos seus direitos e que a sociedade em Angola seja mais tolerante às pessoas Trans.
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Resto do Mundo
Em consequência desta revolução de paradigmas e com a crescente força do agender, surge uma minoria, que está a conquistar, a passos largos, as passerelles internacionais e respectivos criadores, que querem transgredir e inovar. Nomes como, Andreja Pejic, Lea T, Juliana Huxtable, Ines Rau, Valentijn de Hingh, Geena Rocero e Isis King, mostram, definitivamente, que a “tradição já não é o que era”, liderando o ranking das manequins transexuais mais bem pagas do mundo. Ultrapassaram os limites do masculino versus feminino e tornaram-se novos símbolos da moda, beleza, e cultura popular.
Estão a ditar tendências e a conquistar uma liberdade sem precedentes.
Como o caso da manequim filipina, Geena Rocero, que contou ao jornal espanhol El Pais, numa conferência de TED (2014), que nasceu homem, depois de ter mantido sigilo, durante 10 anos no mundo da moda e até dos amigos: “Ao longo dos últimos dez anos, alguns dos meus vizinhos, meus amigos, meus colegas e até mesmo o meu agente não sabiam nada sobre a minha história. A isto chama-se uma revelação e esta é a minha”, afirmou Rocero.
‘Why I Must Come Out’ – Geena Rocero’s TED2014 Talk
Apesar de aparentemente ser uma conquista simples, a crescente emergência destas manequins, acaba por ser acompanhada de um passado de luta, sofrimento e grito de liberdade. Casos como o de Imanni Da Silva e Geena Rocero e de muitas outras que lutam por um lugar ao sol na indústria e pela aceitação de um novo corpo como mulheres, são verdadeiras histórias de vida, que merecem ser contadas e apoiadas.
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