Não há quem não tenho no seu armário, um simples par de jeans.
Todos temos, incluindo eu.
Sinónimo de moda básica e democrática é também uma das peças que mais polui o meio ambiental.
Em 1567, surgiram os termos “genoese” e “genes” para se referirem às calças usadas pelos marinheiros da cidade de Génova. Eram fabricadas na cidade de Nimes, em França. Já em 1792, a indústria têxtil de Maryland, nos Estados Unidos, popularizou o uso de um tecido de algodão trançado que chamou denim, por ser semelhante ao tecido fabricado em Nimes.
Mas a derradeira descoberta deveu-se a Jacob David e Levi Strauss, em 1872, com o primeiro lote das famosas Levi’s 501.
© Raricardo Gomez Angel
Os jeans apareceram pela primeira vez numa passerelle com Calvin Klein (1978) a defender a democratização da Moda, com as calças de ganga: “Quero que as raparigas que não têm dinheiro para usar as minhas roupas, usem os meus jeans”.
A ganga passou a ser o uniforme do mundo que não olhava a classes, culturas, países e religiões símbolo de liberdade e rebeldia.
Quanto aos dias de hoje?
Continuamos a não viver sem elas. E a indústria têxtil agradece.
No entanto, este negócio de milhares de milhões é feito a um “preço muito elevado”, para o nosso meio ambiente.
© Water DocsSegundo a Levi’s, cerca de 3.800 litros de água são utilizados durante a vida útil de uma calça de ganga: 68% desse consumo ocorre no cultivo de algodão, enquanto 23% ocorre na casa do consumidor, devido às inúmeras lavagens.
São vários os especialistas que defendem que o nível do mar subiu devido à “cobiça” mundial por esta it-peça.
Começando pelo uso excessivo de águas subterrâneas, para irrigação de plantações de algodão (por exemplo) – que têm um impacto até 1/4 no aumento do nível do mar (mais de 3 milímetros por ano); passando pelas tintas e corantes usados na lavagem das peças, para terem aquele look “usado e gasto” e chegando até à mão do consumidor final, muita água corre.
Água demais!
© Calvin Lupiya
A quantidade de água necessária para produzir e finalizar um par de calças de ganga pode chegar aos 300 litros.
Perante números alarmantes, a indústria começou a reagir e criar soluções eficazes que aliam ecologia e sustentabilidade. Nomeadamente, começaram a surgir no Mercado calças de ganga produzidas com algodão orgânico e novas formas de lavagem.
Uma nova consciência por parte do consumidor dita a produção de linhas mais sustentáveis para dar resposta a este “novo” nicho de Mercado, mais eco-friendly.
© Filipe Santos Dias
10 marcas de denim sustentável que não podes deixar de seguir
LEVI’S
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Implementou mudanças mais sustentáveis no consumo de água e alertou, com dados factuais, quanto gastava (em energia e água) para produzir o icónico modelo 501. Em 2011, os seus designers trouxeram uma nova técnica: “Water < less ™” que tem a capacidade de poupar 96% de água, durante o processo habitual de produção do denim. A Levi’s trabalha com entidades como a “Better Cotton Initiative” e a “Sustainable Apparel Coalition” e pretende mudar-se, exclusivamente, para o algodão sustentável já em 2020.
CITIZENS OF HUMANITY
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Sediada em Los Angeles, a Citizens está comprometida com a sustentabilidade do denim, desde 2018. Entre outras coisas, é uma das 1as marcas a adoptar a tecnologia laser nos seus jeans. Este avanço, contribui para a poupança de litros e litros de água na produção das sua peças, assim como reduz a emissão de gazes nocivos até 30% do habitual. Citizens of Humanity investiu também em máquinas de lavar mais avançadas, diminuindo assim, a energia dos aparelhos usados durante o processo de produção, para 70%.
AYR
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AYR jeans tem um posicionamento #eco bastante impressionante: cada par dos seus Aloe Jeans é feito de denim reciclado, sendo necessário apenas um copo de água para todo o processo de produção, do início ao fim. Nascida e criada também em LA, AYR doa parte dos seus lucros a instituições de caridade, a cada estação.
Atualmente, 20% das vendas do modelo Aloe Jean vai diretamente para o “Fresh Air Fund” que tem como missão ajudar crianças desfavorecidas a terem acesso a programas de atividades ao ar-livre, durante Verão, entre outras iniciativas
EDUN
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Quase na fronteira do high-fashion, a Edun é uma das grandes detentoras do denim mais chique e sustentável do mercado. Os seus jeans são produzidos no Kenya por artesões locais, tendo a sua assinatura comprovada em materiais orgânicos. Juntamente com a Levi’s, trabalha com a “Better Cotton Initiative” com o objetivo de reduzir drasticamente o impacto ambiental da produção do algodão.
KOWTOW
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Existente no mercado há mais de uma década, a minimalista Kowtow esperou até à estação Primavera 2018, para introduzir o denim sustentável nas suas propostas. Os seus materiais de produção são totalmente voltados para o #ethicalfashion e o seu denim é feito de algodão 100% orgânico. Todos os pares de calças de ganga são lavados de acordo com o standard global ditado pelos têxteis orgânicos. (enzimas aprovadas que asseguram um processo sustentável de tingimento, sem químicos para a água).
REFORMATION
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A indústria têxtil contribui para 6% do lixo existente nos campos, nos Estados Unidos. Devido a este facto, a Reformation decidiu passar a comprar as “sobras” do denim deitado fora. Entre as marcas de destaque, encontra-se a Levi’s nesta “parceria” de sucesso. Durante o processo de “reciclagem” está comprovado reduzem monstruosidades a nível da emissão de gases CO2, todos os anos.
BLANCHE
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De origem dinamarquesa é fundada por Melissa Bech e Mette Fredin. Esta marca sustentável é surpreendentemente acessível, com preços a rondarem os 100/150 euros.
OUTLAND
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Inicialmente criada com o compromisso de alertar para o risco de exploração sexual de jovens mulheres, a Outland está voltada também para as questões ambientais. Nomeadamente, tem as suas plantações de algodão orgânico, numa zona rural do Cambodja e emprega mulheres mais jovens da comunidade local (que estão nas estatísticas de risco de exploração sexual). Recebeu uma classificação de A+, dada pela auditoria do “World Aid Ethical Fashion Report”.
BOYISH
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Cada par de jeans é feito de 30% de algodão reciclado, e os seus botões são criados a partir de lixo metálico, proveniente de sucatas. A marca investe grande parte do seu lucro em associações que lutam pela preservação do planeta, entre elas: Fair Trade USA, Friends of the LA River, Solar Sister.
WARP + WEFT
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A maioria das marcas de denim dependem de materiais como o algodão, para sobreviverem. No entanto, o lado diferenciador da Warp + Weft assenta na reciclagem de 98% da água utilizada no fabrico das suas peças. Utilizam uma invenção tecnológica chamada “Cutting-Edge Dry Ozone” para retirarem os químicos da água, como a Bleach.