WAN KIAMY: LUXO SUSTENTÁVEL

OO fascínio e admiração pela 1ª colecção de roupa Kiamy Yetu (meu, minha, nosso), apresentada no passado evento AO International Trade Show, levou-nos a iniciar uma parceria com a marca Wan kiamy.

Sob a assinatura da designer angolana Welwitschia Neto, surgem obras-de arte em formato de chapéus exclusivos que passeiam nas cabeças das mais exigentes que pretendem produtos de excelência, feitos à medida.

O made in Angola, é cada vez mais uma prioridade nas escolhas de quem tem conhecimento de que o que é Nacional, prima pela excelência.

Conheça um pouco mais sobre o Universo Wan kiamy e o que engloba criar uma marca que veio para ficar.

WAN KIAMY: LUXO SUSTENTÁVEL

 

---

Como surgiu a paixão pelo universo da moda?

Não posso dizer que veio desde pequena, provavelmente estava lá adormecida, mas só se manifestou muito mais tarde, ou pelo menos que eu me tivesse dado conta que o nome para tal era moda.

Quem é a sua fonte de inspiração na moda e na vida?

Será muito cliché dizer que tudo à minha volta me inspira? Não tenho algo ou uma pessoa em específico, praticamente tudo me inspira, às vezes até uma emoção acaba por inspirar.

O que representa a indústria da moda em Angola para si?

Apesar de já ter evoluído bastante, ainda acho que a moda em angola é uma criança. Já deixou de ser bebé mas ainda é uma criança, ainda temos muito pela frente e com passos bem positivos pelo que já se vê no mercado. Confesso que fico contente por estar a fazer parte desta evolução. Por isso posso dizer que representa evolução.

Como é o seu processo criativo, da ideia à criação?

Hum, o meu processo criativo… isto varia muito, passa muito por várias pesquisas extensivas, dependendo também do meu estado de espírito e humor. No momento isto também faz parte. Às vezes no meio de uma criação, já estou a pensar em 2 ou 3 criações diferentes, lol. Também tem que se fazer uma filtragem das ideias, pois acontece muitas vezes ter várias ideias enquanto estou a desenvolver uma. Então para não esquecer ou não me passarem, ponho logo no papel a referência, para depois voltar à ideia mais tarde.

Resumindo, o processo é pesquisa, inspiração, mood e passar tudo para o papel para depois, às vezes, passar para o computador e fazer experiências quando há mais tempo. Senão passo para o processo dos protótipos para ver como ficam materializadas as ideias até ao processo final.

Esta marca de acessórios de moda, capta a essência das cores, formas e padrões de África, estando posicionada no sector do luxo. Como é a questão da sustentabilidade para si?

Sustentabilidade já começa a ser cada vez mais importante. Já era, mas cada vez mais. Principalmente quando pensas nos impactos ambientais. Por exemplo, eu com os chapéus estou sempre a reciclar ou então a ver formas de como posso reutilizar peças e materiais que sobram.

Pode explicar um pouco ao nosso público o porquê das peças serem consideradas “caras” aqui em Angola?

Referes-te aos chapéus, sapatos, malas, óculos ou peças de roupas?

Bem se estiveres a falar dos chapéus para além de serem feitos todos à mão, o material todo (com a qualidade que exige a marca) tem que ser importado, infelizmente.

Quanto aos sapatos, sendo uma marca de luxo, exijo a qualidade nos materiais para a sua durabilidade e muitas delas também são feitas à mão e fora. As malas ou carteiras vamos assim dizer também têm o mesmo processo, isto às vezes depende da complexidade do processo para a execução final da peça, mas resumindo tudo tem haver com a qualidade dos materiais. Quanto mais alta for a qualidade do material isto também vai-se refletir na peça.

Os óculos também são feitos à mão e fora.

A roupa também tem tudo haver com o material que por norma tento sempre usar tecido com alta qualidade e pouco sintéticos ou quase nada de sintéticos.

 

Qual a sua opinião relativamente ao consumo de marcas Angolanas? O público já consome mais?

Eu acho que devemos usar e abusar delas, quando digo abusar no sentido de usarmos mesmo, já temos coisas muito boas nacionais. Sim, o público já consome mais marcas nacionais principalmente desde que a pandemia surgiu, houve sim um crescimento neste sentido o que é bom, apesar de ainda haver um pouco de dúvida na qualidade das peças. Mas como se diz, se não deres uma chance não saberás.

Onde podemos encontrar as suas peças?

A Wan kiamy não tem uma loja, mas temos um showroom/atelier onde podem ser adquiridas as peças, também podem encontrar as peças no website.

Estamos localizados na Marginal de Luanda o nosso atendimento é por marcação. Também desde o final do ano passado estamos no Shopping Fortaleza na 1ª loja multi-marcas Nacional no 3º e 2º piso.

Como é fazer um desfile? Pensa em outras formas de apresentar as suas coleções?

Fazer um desfile, é trabalhoso e ao mesmo tempo prazeroso, sim penso, tanto que já apresentei há uns anos atrás a coleção de acessórios numa galeria, transformei-a num jardim, e claro tento sempre que lanço coleções novas, trazer um mundo diferente, pode-se assim dizer que gosto de storytelling nas minhas criações. Tanto na peça em si ou a realizar uma exposição ou desfile.

Fale-nos um pouco sobre a parceria Wan kiamy X Revista Baiga.

A parceria acaba por acontecer num processo natural de identificação de ambas as marcas, assim como devido ao facto da Wan Kiamy ser parcialmente adepta da sustentabilidade e o facto da Revista Baiga ser Pro sustentabilidade.

Quais são os planos futuros para a marca Wan Kiamy?

A Wan Kiamy ainda tem muito para andar, por enquanto está a gatinhar, mas há muitos planos para o futuro, não posso revelar, mas com o decorrer do tempo ficarão a saber.